5 de jan. de 2009

Diario de Bordo (II)

por gunnar vargas

03.01.09
SARAU EM ITU
20h - após inúmeras horas de uma reunião densa e necessária e uma sequência intensa de abraços, subimos para a praça da Matriz com os equipamentos, camisetas, instrumentos, bicicloteca, livros, etc, pra organizar o sarau. O comércio local já estava encerrando seu expediente e não conseguimos que nenhum deles deixasse um ponto de luz para a realização do sarau, o que nos levou a realizar o sarau acusticamente, por um lado perde-se em detalhes, por outro lado ganha-se em vida! o sarau em Itu foi mágico, claro que sem o abraço coletivo, creio eu, não sería possível realizar o sarau, mas fato é que o abraço coletivo refletiu na nossa disposição para o sarau. Finalizamos o sarau com uma aula aberta de côco na qual Manuel e Zinho Trindade nos ensinaram alguns passos básicos do samba, como a umbigada, a facada e outro movimento de pé, como se estivéssemos matando baratas.


04.01.09
CAMINHO DE ITU PARA PORTO FELIZ - ESTRADA DO JACU E ESTRADA DO TABARRO
7h - é sempre difícil acordar cedo, levantamos sonolentos e levantamos acampamento, o tempo não é de chuva, nem de sol, os carros de apoio seguem pela estrada rumo à Porto Feliz e os caminhantes seguem pela estrada do Jacu e posteriormente, pela estrada do Tabarro.

13h - após muitas horas de caminhar, paramos num bar no meio da estrada, tomamos uma água e continuamos andando.

17h - chegamos no vilarejo chamado Tabarro, pelo caminho vacas, ovelhas, pica-paus, plantações de uva, pés de goiaba, riachos, o céu estava carregado, mas sustentava seu desabar para a passagem dos caminhantes. Um caminhão passa por mim e me oferece uma carona, agradeço a simpatia e explico que estou na caminhada, sigo em frente, já corri, já andei...

19h - finalmente o carro de apoio chega, aceito uma carona após 25km de pernada, chegamos ao CEMEX - Centro de Exposições de Porto Feliz, que fica na saída para Boituva, nossa próxima cidade. No caminho compramos uvas e um garrafão de vinho, afinal, devemos comemorar um ano de caminhada.

0h - o fento é frio, mas não insuportável, o local é todo aberto, algumas barracas já estão montadas, a lua está pela metade, cortamos o bolo e me dá uma sensação estranha. terei que deixar a caminhada e voltar para são paulo. toco algumas músicas e volto, mas só meu corpo volta, meus olhos, minha cabeça, meus sentidos estão em Porto Feliz e amanhã caminharão para Boituva...

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer, quero viver

Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Quando eu me encontrar...
(Candeia)

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