13 de jan. de 2008

Cicatrizando as veias abertas com arte

Repousa os pé na estrada
a cada passada
o nosso descanso
é cruzar fronteiras
minha terra tem palmeiras,
mas eu nunca vi.

Tem palmares, tem quilombos,
tem xavante, tem tupi,
minha terra tem aldeias
que eu nunca vi
onde o vento é quem semeia
o alimento Guarani.

Minha terra tem lugares
onde eu nunca fui
densas matas, tenros vales
onde a água flui...

Minha terra tem estradas,
minha terra tem estribos,
sou um índio da cidade
desertor de minha tribo.

Ser urbano jogado no mundo,
ser mundano perdido na urbe
um sul americano perdido
que não quer ser mais um
no cardume.

Sou vagalume, sou vagalume,
vejam minha luz.

Essa terra tem mil deuses
um deles que me conduz
minha terra tem canções
e cantigas, mas o ouro dos brasões
veio abrir nossa ferida
essa terra é muito antiga,
essa terra é muito antiga,
repousa os pés na estrada
a cada passada.

Nosso descanso é embalado
pelo canto, em qualquer canto,
desbravando os brasis,
se as veias estão abertas
seremos a cicatriz.

Poema de...
Marcus Vinicius
el Mascote de la expedición

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