Mostrando postagens com marcador Poesia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Poesia. Mostrar todas as postagens

22 de dez. de 2009

Minha Terra

Repousa os pés na estrada

a cada passada
o nosso descanso é cruzar fronteiras
Minha terra tem palmeiras
mas eu nunca vi
tem palmares, tem quilombos
xavante, tupi
Minha terra tem aldeias
mas eu nunca vi
onde o vento é quem semeia
o alimento guarani
Minha terra tem lugares
que eu nunca fui
densas matas, tenros vales
onde a água flui
Minha terra tem estradas
minha terra tem estribos
Sou índio da cidade
desertor de minha tribo
ser urbano jogado no mundo
ser mundano perdido na urbe
um sulamericano perdido
que não quer ser mais um no cardume
Sou vagalume, sou vagalume
vejam minha luz!
Essa terra tem mil deuses
um deles que me conduz
essa terra tem canções
essa terra tem cantigas
mas o ouro dos brasões
veio abrir nossas feridas
Essa terra é muito antiga
essa terra é muito antiga
Repousa os pés na estrada
a cada passada
o nosso descanso
embalado pelo canto
em qualquer canto
desbravando os brasis
se as veias estão abertas
seremos a cicatriz

Poema de Marcus Vinicius (http://versosevasos.blogspot.com), o Mascote da Expedición Donde Miras - Caminhada Cultural pela América Latina (www.expediciondondemiras.blogspot.com).

1 de jul. de 2009

O pequeno homem soterrado

25 toneladas!
25 mil quilos soterram o pequeno homem de sonhos minúsculos,
Porém, grandes demais pro tamanho de seu mundo
250 quilômetros andou em círculo o pequeno homem até seu túmulo
Nunca levou um golpe de sorte em toda sua vida o pequeno homem
Mas em um só dia de Sol a Sol e 24.250 golpes o levaram.
Sobre ele, sete palmos de terra e vinte cinco toneladas de álcool que não embriaga
E açúcar que não adoça.
Vinte cinco toneladas de cana soterram o pequeno homem de sonhos tão minúsculos
Que eram invisíveis aos olhos do dono das toneladas.

Renato Palmares

4 de mai. de 2009

Poetas Caminhantes


Acessem:
http://www.myspace.com/zinhotrindade





Só queria falar do vento...

Era muito
Que de tanto me tocar,
E eu não ver,
Aturdia-me.

Era um enlace
De desejos meus,
Vontades minhas,
Com uma essência outra
Que se estava ausente

Era um desprender-se do corpo
Um deslocamento de alma
Um dar de mãos
Com mão alguma

Era saciar a sede na maresia

Era saudade que se fazia
Soberana

http://alissondapaz.blogspot.com/

5 de mar. de 2009

Trecho da Narração do Filme Donde Miras



Nos bastidores das Gravações do Filme

No dia 5 de janeiro de 2008 um grupo de 30 artistas parte da zona sul de São Paulo rumo a Curitiba a pé.
Trata-se da expedición donde miras - caminhada cultural pela América Latina.
Trata-se do sonho de um coletivo de integrar as culturas latinas,
o sonho de deixar de ser submisso ao capital, o sonho de que a cultura,
a arte, a poesia cheguem a todos os lugares.

Estão em bando por saberem ser este o unico meio de realização de algo.
Nunca duvide que um pequeno grupo de pessoas comprometidas possa mudar o mundo,
na verdade, a única coisa que mudou o mundo foi isso.

Sim! Podemos chamá-los sonhadores sem sarcasmo, pois eles são artistas, os únicos que sonham utopias comendo pétalas de flor. São o presente transfigurando o passado e o futuro, são amadores de gente e do mundo, não há medo e nem esperança, mas atitude!

Eles carregam as veias abertas da américa latina no peito, para não esquecer o que os espanhois e os portugueses fizeram conosco, entre Pizarros e Cortezes assassinos, Borba Gatos e Raposas Tavares.

Mirando o fim da exploração de nosso povo, seguirão por uma américa latina, atrás de poetas pintores, cineastas, colhendo a flor da amizade desse povo que é um só!
Seguirão arando versos, fotografando a terra nosso, cuidando das bolhas nos pés e se cuidado pra perder a fé. seremos poetas e um caminho, seremos muitos no caminho, seremos nossa gente no caminho.

O amanhã está ansioso pra chegar, nossos corações preparando os amores e os amores aflitos pelos viajantes que vão. Eles voltarão! Com mil vezes mil histórias pra contar, eles também irão pra não sentar velhos numa cadeira a sonhar.

Matar é coisa do passado, viva a vida, viva a terra, viva a agua, viva o nosso mundo, nosso planeta! viva o universo, viva as plantas, os animais e as florestas. Matar é coisa do passado! Matar é coisa do passado! matar é coisa do passado!

Mascote a Mirar

Mascote a Mirar