Escola onde a Expedição ficou hospedada...
Ciranda em Porangaba...
O encontro do rap com o cururú...
stop
24 de jan. de 2009
Porangaba
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sábado, janeiro 24, 2009
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caminha(o)
por Penha
Ao caminhar tracei novos caminhos.
Encontrei novos caminhos, novos desafios, novos medos...
Não é fácil ser caminhante, quando se assume a caminhada.
Caminhei ao lado de quem eu nunca vi.
Caminhei ao lado de quem já conhecia.
Caminhei ao lado de quem amaria.
Caminhei ao lado de quem brigaria.
Caminhei ao lado com quem sonharia.
Caminhei por onde nem sonharia.
Caminhei e sorri pra quem nem conhecia.
Começar não é fácil.
Mas parar será impossível.
Descobri minha alma caminhante.
Descobri que outras também caminham no mesmo sentido.
Meu racional sequer imaginaria.
Que com outras almas, ainda em vida eu caminharia... Assim...
Intensamente, 24 horas por dia, 23 dias entre um ano e outro.
Intensamente entre o fim e o começo.
Que agora não importa mais o tempo.
Aceitei e me agreguei à massa sem forma, que se cria e reconstrói...
Que na loucura caótica dos devaneios se junta
e em segundos inebria os assistentes.
Do caos me perguntava... Conseguiremos?
Sim, conseguimos... Pois se juntaram várias almas em estado de caos...
Em estados de caos encontraram outras pelo caminho,
outras que apenas no caos viviam... sem saber que ali estavam
E em estado de assistência permaneciam...
Agora não mais assistem apenas... Perguntam se :
“Podemos caminhar?”
Claro que sim, o que esperam?
Ao caminhar tracei novos caminhos.
Encontrei novos caminhos, novos desafios, novos medos...
Não é fácil ser caminhante, quando se assume a caminhada.
Caminhei ao lado de quem eu nunca vi.
Caminhei ao lado de quem já conhecia.
Caminhei ao lado de quem amaria.
Caminhei ao lado de quem brigaria.
Caminhei ao lado com quem sonharia.
Caminhei por onde nem sonharia.
Caminhei e sorri pra quem nem conhecia.
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sábado, janeiro 24, 2009
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23 de jan. de 2009
Sarau em Itu
O sol se pôs.
As pessoas foram chegando, leves, após uma terapia de abraços...
Foram ajeitando as coisas...
E o sarau começou.
Até Jaiminho parou para ver.
Bruno virou macaco.
Lilian brilhou.
David emanou.
Potyra olhou.
Paula encantou.
Peu soprou.
Luan instigou.
E o povo dançou.
E com a roda, com muito amor, o sarau terminou.
Michele Torinelli.
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sexta-feira, janeiro 23, 2009
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22 de jan. de 2009
Impressões caminhantes (Cabreúva - Porto Feliz)
De Pirapora do Bom Jesus fomos para Cabreúva, caminhando pela rodovia. Saindo da cidade, o percurso foi se mostrando cada vez mais agradável. Árvores margeando a estrada, pouco movimento de carros, muitas curvas, sitiozinhos, vira-latas, bicicletas e moradores da região, quase sempre dispostos a ouvir um boa tarde e responder um tarde!
Andei muito tempo sozinha, cantando pelas estradas, e sozinha cheguei em Cabreúva. Indicações: Suvacão, perto da matriz e da Santa Casa. Suvacão? Na hora de pedir informação, fiquei receosa. Ééé, você sabe me dizer onde fica o... Suvacão? Podia ser pegadinha da galera da produção. Mas não era, Suvacão é como chamam o ginásio da cidade. Adivinha por que?
Feliz Ano Novo
Era 31 de dezembro. Todos cansados da caminhada - aliás, das caminhadas, dos saraus, das informações, da intensidade das experiências. Num consenso calado, foi decretado dia de descanso. E os caminhantes passaram o dia estirados sob a sombra de uma árvore.
Romeu cochilando, Jaime e seus amigos filhotinhos - Suvacão, Cabreúva.
Foi no Suvacão que comemoramos o ano novo e conhecemos Jaime, o caminhante canino. No dia seguinte realizamos mais um sarau - as pessoas sentadas na escadinha da matriz, o senhor cabreuvano contador de história, a jovem cantora de pop/rock e os dondemirantes, terminando com a tradicional ciranda.
Itu
Mais um dia, mais uma caminhada. Desta vez o destino era Itu, a cidade conhecida por suas coisas grandes. Estrada de asfalto, chuva e, na barragem da hidrelétrica, um tapete infecto de espumas brancas que só o Tietê proporciona para você. Fomos recebidos na Biblioteca Comunitária Prof. Waldir de Souza Lima, que abriu suas portas para a nossa bagunça. O espaço é agradável e estruturado, porém não foi planejado para alojar 25 pessoas. Mas agente sempre dá um jeitinho. Empilha!!!
Praça da matriz em Itu, local do sarau.
Itu é uma cidade média, com ar de interior, que teve relevância histórica e econômica durante o ciclo do café. De grande, somente monumentos como o orelhão e o semáforo gigante. Essa fama pegou com um humorista da televisão que dizia que tudo em Itu era grande.
Gunnar, Zinho, Manu e Franja mandando o som em Itu.
Foi muito gostoso caminhar pelas ruas tranqüilas da noite ituana. Mas sem sombra de dúvidas o ponto alto de nossa passagem pela cidade foi o sarau. Bruno encarnou o macaco louco, subindo em árvores e macaqueando. Paula nos deu o prazer de ouvir sua incrível voz, à capela e acompanhada por Gunnar. Os poetas Serginho, Binho, Laureate, Luan, Toninho e a poeta-mirim Potyra recitaram seus versos, numa noite em que tudo pareceu confluir. Tânia cantou suas raízes chilenas, David gritou, Dani declamou. Nossos anfitriões da biblioteca comunitária participaram com poesia e rap. Manu, Franja, Zinho e Peu levaram a roda para o coreto e a dança pegou fogo. Manuel, inclusive, fez uma oficina espontânea de coco em plena praça. E Nana surpreendeu a todos, cantando os versos que ouvimos no sarau em Pirapora - ai mataram meu carneiro, ô/ ai, cortaram os quatro pé, os quatro pé/ não quero saber de nada, quero o meu carneiro em pé.

Samba no coreto - Luan.

Platéia do sarau em Itu.
Caminho encantado do Jacu

Toninho Poeta, o calango flash, na estrada do Jacu.
No dia seguinte, fomos para Porto Feliz. Após um impasse se iríamos pela rodovia Castelo Branco ou pela Estrada do Jacú, optamos pela segunda opção, felizmente. Temíamos atoleiros e muita lama, mas a estradinha estava perfeita para caminhar. Fazendinhas, cana e muitos, muitos parreirais. Estávamos eu, Bruno e Camilla, caminhando entre a floresta encantada das uvas. Não resistimos. No segundo vendem-se uvas batemos palma, e fomos convidados a entrar. O senhor, de cerca de quarenta anos, nos deixou experimentar as uvas, nos deu água e contou um pouco de sua história. Há trinta anos ele mora naquele sítio com sua família; antes, morava em outro sítio nas redondezas. Perguntamos onde ficava o Tabarro, ponto de encontro da expedição e ele nos indicou o caminho. Mal sabíamos que estávamos no caminho errado - distraídos, não seguimos as indicações e demos a maior volta. Fomos os últimos a chegar ao Tabarro e estavam todos preocupados. Mesmo assim resolvemos caminhar os quilômetros que faltavam, junto com Manu, Paula e Potyra. Caminho florido de conto-de-fadas e manga no pé.

Potyra colhendo manga.
Em Porto Feliz, nos alojamos no centro de exposições, algo como um ginásio. Nesta noite de domingo, 05 de janeiro, a expedição comemorou um ano. Mesmo exaustos, comemoramos com bolo, também com uvas e vinho comprados no caminho. A caminhada tem alma, que cresce, cresce, contaminando o coração daqueles que caminham. Cuidado: é irremediável.

Um ano de Donde Miras em Porto Feliz - risadas de Nana e Zinho.
Segunda-feira, com a expedição reduzida, conhecemos o museu e o parque da cidade. Abaixo segue um pouco do que aprendemos nessas visitas:

O tal do paredão salitroso.
O povoamento teve início quando o dono das terras resolveu habitá-las, juntamente com seus familiares e empregados, numa época em que vários sertanistas decidiram abandonar o Bandeirismo pela Agricultura. Era uma comunidade simples, que cultivava o solo apenas para a sua subsistência. No entanto, quando a notícia da descoberta de ouro em Mato Grosso (1719) e Goiás (1725) espalhou-se pelos quatro cantos, a movimentação no vilarejo e o seu conseqüente progresso foram inevitáveis. Por sorte, ele havia-se desenvolvido em torno de um estratégico porto natural junto ao primeiro trecho navegável do rio depois de Salto. Um local que serviria de ponto de partida, ainda no século XVII, de inúmeros bandeirantes, em busca das riquezas anunciadas. No século XVIII, partiriam também as famosas monções – expedições comerciais e científicas. Todos se aventuravam pelo grande manancial, repleto de perigosas corredeiras e obstáculos, rumo ao desconhecido oeste.

Do museu, as torres da igreja - Porto Feliz.
Essas informações foram retiradas do site http://www.explorevale.com.br/roteirodosbandeirantes/portofeliz/historia.htm, que possui informações históricas mais detalhadas.

Zinho passeando no parque - Porto Feliz.
À noite, o sarau não contou com muitos participantes, tanto da cidade quanto da expedição. No dia seguinte caminharíamos para Boituva, com os pés calejados e o espírito donde miras.
Não sou daqui nem sou de lá, eu sou de qualquer lugar
Meu passaporte é espacial, sou cidadão da terra
E a minha vida é toda verdade e eu não tenho mais idade
E o meu passado é o meu futuro,
E o meu tempo é o infinito
A minha língua é o pensamento, só falo com o olhar
Minha fronteira é o coração de todos meus irmãos
E a minha vida é toda verdade
E eu não tenho mais idade
E o meu passado é o meu futuro
E meu tempo é o infinito...
Sérgio Dias/Liminha
Michele Torinelli
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quinta-feira, janeiro 22, 2009
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21 de jan. de 2009
filme
por Gabí Pumtel
Foi no Bar do Binho que aguardávamos ansiosos para o lançamento do filme Dondemiras. A primeira caminhada cultural pela América Latina pelos olhos de Peu e David.
A primeira experiência de caminhar a pé com um grupo de caminhantes ficou registrada nos olhos,na vivência, e agora através da exibição deste documentário que viajará.
Ficou pronto, é poético.
Representa o espírito Donde miras, não todos os Dondemirantes.
Representa o que nos(me) fez sair de casa e olhar o fora, o outro, em movimento.
Parabéns
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quarta-feira, janeiro 21, 2009
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20 de jan. de 2009
diário de bordo IV
16.01.09
Sexta turbulenta, mil telefonemas, saio do trabalho, passo em Santo André, volto pra Sampa, metrô Vila Madalena, encontro os dondemirantes, seguiremos à Demétria, meia noite, chove, donde está a bandeirantes? Quando sentimos que já não conhecemos São Paulo, que é possível perder-se, as placas desaparecem e não estamos em lugar nenhum, rodamos bastante até chegar à bendita bandeirantes, mais uma vez estou voltando pra caminhada! As indicações na estrada passadas por uma pessoa da Demétria são ótimas, mesmo na madrugada conseguimos chegar sem maiores problemas, às 4h da madrugada passamos pela estrada de chão, como o Binho gosta de dizer... conheci como estrada de terra, mas estrada de chão me soa mais bonito. Seguimos as placas da Bio-Loja, acordamos alguém na casa errada pra nos indicar o caminho, tão perto, tão escuro.
A casa estava lotada, dondemirantes por todos os lados... apesar do cansaço o sono só veio após uma garrafa de vinho tomada com Jesus, Nazaret e Maria da Penha, que estavam acordados comigo.
Percebi que aquela casa era a casa do Paulo Cabreira, local onde vinha brincar dos 3 aos 6 com a Bartira. Algum conforto o passado nos traz, talvez a sensação de que a gente existiu...
17.01.09
Vou dar uma volta quando acordo na Demétria. Aquelas ruas que eram de areia, terra, com eucaliptos ora aqui, ora ali já não existem mais, é chão batido, ta tudo mudado, muitas casas, em cada casa um jardim bonito, ta tudo cheio de árvores, plantas, flores, claro que tudo deveria ter mudado, já fazem mais de 20 anos...
Passamos o dia encolhidos na casa, uma chuva forte entrava na casa pelas portas, janelas e teto.
SARAU NA DEMÉTRIA
20h
A noite fomos para a Demétria, num salão redondo, onde organizamos o sarau, inicialmente as pessoas da Demétria estavam meio tímidas, daí o jeito é colocar os dondemirantes pra trabalhar. Fiz algumas chamadas e quando o primeiro se aventurou, logo todos perderam a timidez e tivemos um dos saraus mais bonitos de todas as caminhadas que fizemos! As participações eram lindas! De música, dança, poesia, uma na seqüência da outra, logo o sarau precisava terminar, mas não era possível, sempre mais gente apresentando algo lindo! Ao final uma ciranda dupla, uma de frente pra outra, eu olhava pros olhos de todos, que brilhavam! Algo faz sentido na vida! A ciranda faz sentido!
Após o sarau a gente não quer se desgrudar, fazemos uma fogueira num armazém fechado perto do Sítio Bahia, e continua a cantoria até as 4 da madrugada, acaba a lenha, temos que dormir, daqui há algumas horas vamos caminhar!
18.01.09
Acho que cochilamos um pouquinho, ta na hora de levantar, arrumar as coisas, alguns ficarão até a segunda, terça, eu terei que voltar nessa mesma noite.
Sentamos na frente da Bio-Loja com Paulo Cabreira, que nos explica um pouco dos processos da Demétria, do Sítio Bahia e de como se aproximou da Antroposofia, me chamou muita a atenção a explicação de um preparado, uma espécie de composto pra vitalizar a terra, mas não era exatamente o preparado que me interessou, explico: um dos preparados é feito com o chifre da vaca, no qual é colocado a bosta da vaca e enterrado durante o inverno uns 20 cm abaixo da terra, depois o chifre é retirado e o conteúdo é colocado num recipiente, talvez um barril, com água e dinamizado, o processo de dinamização foi o que me chamou a atenção, com um pau ele meche a água pra um sentido até que se forme aquele buraco do redemoinho, daí ele gira com toda a força no sentido oposto, nesse momento, segundo o Paulo, é criado o caos, e nesse caos, as vontades dele são passadas praquele preparado, que será jogado no solo junto com as sementes. Paulo enfatizou muito essa relação com o caos, que foi o que me chamou muito a atenção, pois a caminhada também faz isso com os caminhantes, sinto que a caminhada é um processo de desconstrução, de caos, onde é possível revitalizar-se. Não é fácil! Um caminhante precisa saber que cairá num redemoinho!
ÚLTIMA CAMINHADA
13h
Andamos pra Botucatu por uma estrada de terra, caminho curto e tranqüilo, com apenas uma chuvinha, ao final da estrada de terra e na chegada do centro urbano de Botucatu tomamos um caldo de cana e comemos um salame delicioso, a sensação de despedida já estava em mim, não queria que terminasse, mas a caminhada estava ali, nos seus últimos passos, a serem percorridos pelo asfalto de Botucatu. Subimos em direção ao Espaço Cultural, pelo caminho, olhei pras vacas e cupins e reconheci mais uma imagem infantil, acho que a cidade não tinha mudado tanto quanto a Demétria.
Vamos pro Ginásio Municipal, ali onde a cidade acaba, incrível a visão de onde a cidade acaba!
ÚLTIMO SARAU
20h
Vamos montar o sarau, o espaço cultural tem umas salas brancas meio redondas, eu queria montar o sarau no pátio, mas os organizadores preferem que seja do lado de dentro, fazemos dentro, me sinto um pouco sufocado, o branco, as cadeiras, algo não está bom, algo me sufoca, me oprime, será o fim da caminhada? Não consigo embarcar no sarau, um poema lírico de Alessio me chama atenção. Tenho que sair muitas vezes pra respirar, o branco, o ar me faz falta, duas meninas me hipnotizam com um sapateado lindo! A leveza, o ritmo, seu semblante fica grudado em minha mente! Logo uma delas toca uma flauta de bambu, me perco no som e na lembrança do sapateado, me falta articulação pra tudo, o sarau acaba com uma ciranda, me sinto apertado, desisto de olhar pra frente e entro dentro de mim, fim, fim da caminhada, guardo minha última imagem, duas meninas sapateando, caio no carro, fim, São Paulo nos espera... ¿dondemiras? No sapateado de alguém que não conheço, que não esqueço...
gunnar vargas
ps. estas são impressões pessoais
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terça-feira, janeiro 20, 2009
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16 de jan. de 2009
quase chegando
e atenção! os caminhantes saem de Bofete rumo à Demétria esta sexta de manhã! e amanhã tem sarau na Demétria, no Sítio Bahia!
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sexta-feira, janeiro 16, 2009
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