28 de dez. de 2009

Chegamos em Guarujá


Ontem não houve sarau, a chuva nos impediu. De dia 4 pessoas do Sindicato dos Bancários e do Sindicato dos Petroleiros, Flaviano, Mancuso Satoshi e a Franciele, fizeram uma palestra sobre o pré sal, antes disso assistimos o filme "O Petróleo é nosso". À noite assistimos "Brazil: precisa-se de um interprete" com o diretor André Lopes, depois da palestra e do filme fizemos um debate caloroso sobre assuntos diversos.

Hoje saímos do Morro Nova Cintra em Santos
andamos até o Canal


dali chegamos na praia e andamos pela orla (choveu chuva pesada) até a Balsa
que nos trouxe até Guarujá, pegamos uma avenida que não tinha fim, mais chuva... daí descobrimos que existem ciclistas que andam com guarda-chuva. Chegamos na Sociedade Amigos de Paecara, já estamos acampados.

Temos sarau marcado pra amanhã à noite.

27 de dez. de 2009

Dia 26 de dezembro

nosso vídeo de abertura da quarta expedição

Notícias do Caminho

26 de dezembro. Somos, por acaso, 26 caminhantes... Entre nós poetas, atores, dançarinos, músicos, cineastas e outras possibilidades de criação artisticas.

Saímos de São Paulo e fomos transportados da periferia sul ao litoral santista por um ônibus grande e a diesel. Desembarcamos no morro Nova Cintra, também periferia e aqui começaremos mais uma etapa da Expedição Donde Miras, uma caminhada cultural pela América Latina.  

Nosso destino? Paraty! Para mim! Para nós caminharmos a pé de Santos a Paraty, passando por várias cidades do litoral norte paulista.
Nosso objetivo em caminhar? Encontrar nas cidades e nos caminhos que nos levam até elas, outros como nós, interessados em romper com o modelo de vida servido nas antenas de tv. 

Caminharemos um pouco mais de 300 km em busca de um brasil desperdiçado e em conjunto com seu povo realizar Saraus artísticos nas praças públicas, chamando as pessoas pra rua, buscando o sorriso das crianças, acendendo fagulhas nas nossas pessoas tão maltratadas por alguns poderosos do dinheiro.

Nosso trajeto tem a marca do pré-sal, o novo combustível mais especulado do mundo. Nós brasileiros, o que temos com isso? É outra coisa que queremos descobrir... mas principalmente queremos encontrar as pessoas, que são uma fonte de energia cósmica que quando emanada, não acaba, multiplica.

Pé na estrada

Onze horas da noite do dia 26 de dezembro na rodoviária de Curitiba. Malas, corpos, confusão e ansiedade. Para onde vão todas as pessoas? Sonhos, obrigações, reencontros, destino e vontade. O limbo daqueles que ainda não foram.

Minha ansiedade mira. Os andarilhos já haviam saído de São Paulo para a largada oficial de mais uma caminhada da Expedición Donde Miras, o quarto trecho, agora de Santos a Paraty. Ânsia de passos, versos, cores e timbres. Será um mês de caminhos percorridos, saraus, poesia, fotografia, cinema e teatro - cultura a cada passo.

Meu ônibus percorreu as horas mortas paranaenses e paulistas. Pinga lá, pinga cá, desembarco às seis da matina em Santos. Minha referência é o alojamento cedido pelo Sindicato dos Bancários – silêncio matutino, o descanso dos que caminharão. “Abre a porta pra mim, Donde Miras”. Luan sonolento me recebe – a cidade dorme.

Barracas, colchões e cozinha improvisada. Eu descanso da viagem conturbada enquanto aos poucos os caminhantes despertam – feliz reencontro. É o início de mais um ciclo de troca e mutação. As trilhas da América Latina se abrem.


Por Michele Torinelli
http://miradas.soylocoporti.org.br

26 de dez. de 2009

Chegada em Santos

Saímos do Bar do Binho


e já chegamos em Santos



Amanhã Sarau Donde Miras em Santos! Começamos nossa quarta Caminhada Donde Miras! Santos à Parati


22 de dez. de 2009

Saída da Caminhada Cultural dia 26 de Dezembro 14hs




A saída da caminhada 
Trecho Santos - Paraty
saíra do 

Bar do Binho
 R. Avelino Lemos Jr., 60 (em frente à Uniban) -
Campo Limpo. Zona Sul.
Telefone (11) 5844-6521 / 5844-4532

dia 26 de dezembro - sábado - 14hs!


mais infos: 3535-6463 // 5814-0312


Minha Terra

Repousa os pés na estrada

a cada passada
o nosso descanso é cruzar fronteiras
Minha terra tem palmeiras
mas eu nunca vi
tem palmares, tem quilombos
xavante, tupi
Minha terra tem aldeias
mas eu nunca vi
onde o vento é quem semeia
o alimento guarani
Minha terra tem lugares
que eu nunca fui
densas matas, tenros vales
onde a água flui
Minha terra tem estradas
minha terra tem estribos
Sou índio da cidade
desertor de minha tribo
ser urbano jogado no mundo
ser mundano perdido na urbe
um sulamericano perdido
que não quer ser mais um no cardume
Sou vagalume, sou vagalume
vejam minha luz!
Essa terra tem mil deuses
um deles que me conduz
essa terra tem canções
essa terra tem cantigas
mas o ouro dos brasões
veio abrir nossas feridas
Essa terra é muito antiga
essa terra é muito antiga
Repousa os pés na estrada
a cada passada
o nosso descanso
embalado pelo canto
em qualquer canto
desbravando os brasis
se as veias estão abertas
seremos a cicatriz

Poema de Marcus Vinicius (http://versosevasos.blogspot.com), o Mascote da Expedición Donde Miras - Caminhada Cultural pela América Latina (www.expediciondondemiras.blogspot.com).