18 de fev. de 2008

Visita ao Quilombo de Ivaporunduva


Saímos de André Lopes, um bairro do município de Eldorado, rumo à Iporanga, depois de caminhar por 3km's em uma estrada de terra, chegamos à beira do rio Ribeira tinha que atravessar o rio de barco para chegar ao Quilombo. Fomos guiados por Alda ela estava com a gente em André Lopes e nos ensinou o caminho, também nos apresentou ao guia do barco, tinhamos que ter permissão para entrar e Alda mora lá desde que nasceu, ela era nossa ponte.


Atravessar o rio Ribeira foi uma emoção sensacional, fantástica! Depois de caminhar dias sob sol escaldante, estar ali sentindo de perto a imponência, força e extensão do rio Ribeira, no pequeno barco que rapidamente nos atravessava em pequenas quantidades (éramos 22 pessoas) com a garoa fina e constante que refrescava nossos corpos e nossos corações, foi mais um dos momentos mais felizes dessa caminhada.

Não demos muita sorte em encontrar os representantes, por ser segunda-feira de manhã, todos tinham ido trabalhar. Bico um moço inteligente e muito bem instruído era um dos representantes que nos recebeu. Tivemos um bate-papo sentados nos bancos de uma Igreja de 400 anos, construída pelos escravos quando começaram a formar o Quilombo. Nessa mesma época, Luiz Gama com sua experiência em advocacia ajudava os escravos obterem suas cartas de alforria.

O Quilombo de Ivaporanduva sobrevive até hoje por haver muita resitência em defesa da terra e dos direitos, enquanto comunidade quilombola, tudo é decidido em assembléia, não existe presidente e nem chefe, mas sim uma coordenação, esta é a forma deles viverem em comunidade. A terra é de todos, todos são donos.

Tula Pilar

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