Estamos em Bertioga, chove, conseguimos local, estamos num ginásio de esportes.
Foi incrível o caminho de Guarujá pra Bertioga, era noite de lua cheia, nem as nuvens atrapalharam a luz da lua, pela primeira vez, caminhamos à noite. Na estrada as crianças se divertiram com uma bica, chegamos perto da 1 da madrugada em Bertioga.
Ontem, na virada do ano, choveu muito forte à meia noite, logo em seguida parou a chuva e fizemos uma enorme e mágica ciranda na beira da praia.
Hoje faremos um sarau por aqui, ainda não fechamos o local, a chuva continua...
1 de jan. de 2010
Donde Miras em 2010...
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EXPEDICIÓN DONDE MIRAS
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sexta-feira, janeiro 01, 2010
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30 de dez. de 2009
Bertioga, uma incognita
Estamos quase saindo de Guarujá pra ir pra Bertioga, o problema é que ainda não conseguimos um local em Bertioga pra montar nosso acampamento, se alguém conhecer alguém, entre em contato!
Ontem rolou a bicicloteca mais popular que já foi feita, a criançada realmente devorou os livros que distribuímos nas ruas de "Vicente de Carvalho", que só não é um município por formalidade, pois não tem nada a ver com Guarujá.
À noite encontramos alguns problemas técnicos pra montar o som, mas apesar dos perreios rolou o primeiro sarau da caminhada, na praça 14 Bis, na Av. Santos Dumont, que inventou o avião e se matou em Guarujá.
A caminhada tem suas surpresas, e é por isso que caminhamos, fecho este sinal de fumaça com a foto do nosso chuveiro improvisado.
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quarta-feira, dezembro 30, 2009
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29 de dez. de 2009
O Pré-Sal e a soberania nacional
Caminhantes e convidados debatem o Pré-Sal no segundo dia da Expedición Donde Miras
No seu quarto trecho, que compreende a região de Santos (SP) a Paraty (RJ), a Expedición Donde Miras caminha sobre terras peculiares: a região do Pré-Sal. A reserva petrolífera, mapeada recentemente, constituiu-se na separação da Pangéia – a imensa massa terrestre que separou-se e formou os atuais continentes – entre a América e a África. Algas azuis soterradas debaixo de sal foram amalgamadas ao longo dos milênios e resultaram em imensas aglomerações de petróleo de qualidade. O sal serviu como uma “tampa”, o que permitiu a maturação do petróleo. A camada está a 7 km de profundidade a partir do solo marinho e consiste em um volume monstruoso de óleo, principalmente na bacia de Santos (que vai desde Florianópolis ao Espírito Santo). A partir dessa descoberta, o Brasil pode passar a constar entre os três principais produtores de petróleo mundial.
Anderson Mancuso, diretor do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista, foi convidado pela expedição para fazer uma apresentação sobre o tema. O encontro ocorreu no alojamento dos caminhantes em Santos e resultou num interessante debate. Anderson defende que o Pré-Sal não é uma discussão restrita – deve ser feita por todos os brasileiros; e não é isolada, por ser transversal a diversos temas estruturais, entre eles a soberania nacional, questões ambientais e sociais. “Esse é um momento ímpar, pois fomenta a questão da soberania nacional: continuaremos entregando nossas riquezas?”, provoca Mancuso.
O diretor acredita que hoje a geração de energia está voltada para a produção de lucros, não para suprir as necessidades sociais. Essa é uma oportunidade para revermos a lógica de exploração dos recursos e o investimento público resultante. A descoberta do Pré-Sal faz do Brasil um alvo internacional, por isso é necessário desenvolver um projeto político de gestão das nossas riquezas naturais como um todo.
A legislação e a soberania
O atual modelo de exploração do petróleo brasileiro data de 1997, quando o governo de Fernando Henrique Cardoso quebrou o monopólio estatal. Tal postura bate de frente com os princípios da campanha O Petróleo é Nosso, que em 1954 resultou na fundação da Petrobras. O modelo de concessão de FHC consiste no mapeamento dos blocos petrolíferos e sua venda por meio de leilões, cuja dinâmica é controlada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). A empresa vencedora deve cumprir uma série de etapas, mas grande parte da produção fica para o capital privado – pouquíssimo vai para o Estado.
A contradição é que o petróleo é um bem público, não privado. Por isso o modelo atual não condiz com a histórica luta popular pela soberania energética. Mancuso explica que Lula perpetuou o modelo de FHC – o governo petista afirma que na época a lei era apropriada (apesar de que a contestava naquele momento), mas que agora deve ser aprimorada devido ao Pré-Sal. “O filé mignon do Pré-Sal, concentrado em 30% de suas reservas, já foi entregue para multinacionais”, denuncia o sindicalista.
Alguns projetos de lei que buscam avançar na questão da soberania energética já passaram pelo Congresso Nacional. Um deles estabelece o modelo de partilha (“modelo híbrido”), no qual a empresa que ganha a concessão é aquela que cede mais para o Estado - uma espécie de barganha. Contudo esse modelo valerá somente para as áreas ainda não exploradas. Mancuso acredita que esse sistema mantem a lógica de entrega das nossas riquezas naturais. Já Bruno de Tarso, militante do movimento estudantil e participante da caminhada, defende que o modelo de partilha já é um avanço. “O ideal seria que a Petrobras voltasse a ser 100% estatal e obtivesse o monopólio de exploração do petróleo nacional. Mas como isso não é possível na atual conjuntura, o modelo de partilha ao menos direciona parte dos recursos ao poder público”, argumenta.
Construção de um novo projeto
O debate comprovou o que Mancuso havia dito: a discussão do Pré-Sal é transversal a diversos temas e diz respeito a toda a sociedade. Ana Estrella Vargas, socióloga e caminhante Donde Miras, questionou inclusive se devemos explorar o petróleo. “O que acontece quando tiramos essa substância tão profunda que está há tanto tempo sendo produzida pela terra? Quais os efeitos colaterais disso?”, indagou.
O fato é que os danos ambientais são irreversíveis, por isso temos que repensar nossa lógica e encarar o Pré-Sal como um recurso estratégico a ser explorado com responsabilidade. “Temos que transpor a visão produtivista e pensar em novas formas de energia, inclusive utilizando os recursos advindos do próprio Pré-Sal para desenvolver novas tecnologias”, indica o sindicalista.
A crise que enfrentamos não é somente econômica, mas estrutural. Por isso a urgência de construirmos novas formas de relação entre os seres humanos e destes com o meio. Existem várias pessoas se dedicando a criação de um projeto alternativo. A Expedición Donde Miras alimentará esse debate ao longo da caminhada, pois também entende que esse tema diz respeito a todos nós. Todas as formas de conscientização podem fazer parte desse projeto – o desafio é conseguir de fato dialogar e construí-lo coletivamente.
Por Michele Torinelli
http://miradas.soylocoporti.org.br
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terça-feira, dezembro 29, 2009
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28 de dez. de 2009
Chegamos em Guarujá
Hoje saímos do Morro Nova Cintra em Santos
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segunda-feira, dezembro 28, 2009
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27 de dez. de 2009
Dia 26 de dezembro
nosso vídeo de abertura da quarta expedição
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domingo, dezembro 27, 2009
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Notícias do Caminho
26 de dezembro. Somos, por acaso, 26 caminhantes... Entre nós poetas, atores, dançarinos, músicos, cineastas e outras possibilidades de criação artisticas.
Saímos de São Paulo e fomos transportados da periferia sul ao litoral santista por um ônibus grande e a diesel. Desembarcamos no morro Nova Cintra, também periferia e aqui começaremos mais uma etapa da Expedição Donde Miras, uma caminhada cultural pela América Latina.
Nosso destino? Paraty! Para mim! Para nós caminharmos a pé de Santos a Paraty, passando por várias cidades do litoral norte paulista.
Nosso objetivo em caminhar? Encontrar nas cidades e nos caminhos que nos levam até elas, outros como nós, interessados em romper com o modelo de vida servido nas antenas de tv.
Caminharemos um pouco mais de 300 km em busca de um brasil desperdiçado e em conjunto com seu povo realizar Saraus artísticos nas praças públicas, chamando as pessoas pra rua, buscando o sorriso das crianças, acendendo fagulhas nas nossas pessoas tão maltratadas por alguns poderosos do dinheiro.
Nosso trajeto tem a marca do pré-sal, o novo combustível mais especulado do mundo. Nós brasileiros, o que temos com isso? É outra coisa que queremos descobrir... mas principalmente queremos encontrar as pessoas, que são uma fonte de energia cósmica que quando emanada, não acaba, multiplica.
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domingo, dezembro 27, 2009
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Marcadores: Caminhada Cultural
Pé na estrada
Onze horas da noite do dia 26 de dezembro na rodoviária de Curitiba. Malas, corpos, confusão e ansiedade. Para onde vão todas as pessoas? Sonhos, obrigações, reencontros, destino e vontade. O limbo daqueles que ainda não foram.
Minha ansiedade mira. Os andarilhos já haviam saído de São Paulo para a largada oficial de mais uma caminhada da Expedición Donde Miras, o quarto trecho, agora de Santos a Paraty. Ânsia de passos, versos, cores e timbres. Será um mês de caminhos percorridos, saraus, poesia, fotografia, cinema e teatro - cultura a cada passo.
Meu ônibus percorreu as horas mortas paranaenses e paulistas. Pinga lá, pinga cá, desembarco às seis da matina em Santos. Minha referência é o alojamento cedido pelo Sindicato dos Bancários – silêncio matutino, o descanso dos que caminharão. “Abre a porta pra mim, Donde Miras”. Luan sonolento me recebe – a cidade dorme.
Barracas, colchões e cozinha improvisada. Eu descanso da viagem conturbada enquanto aos poucos os caminhantes despertam – feliz reencontro. É o início de mais um ciclo de troca e mutação. As trilhas da América Latina se abrem.
Por Michele Torinelli
http://miradas.soylocoporti.org.br
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domingo, dezembro 27, 2009
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